Gail

Bem, vou contar todas as aventuras que vivi

tentando finalizar este xale. Encontrei esta

receita na Ravelry (lógico!), não tinha nenhum

fio próprio para este tipo de trabalho, mas é

claro que isso nunca me impediu de tricotar

alguma peça, no meu caso o que vale é o

improviso mesmo. Usei um fio 100% acrílico,

mesmo indo contra todas as probabilidades

de que conseguiria blocá-lo.

A primeira dificuldade que encontrei foi na receita,

achei a explicação muito vaga e o gráfico difícil

de seguir apesar do ponto não ser tão complicado

assim. Fiz algumas carreiras mas acabei ficando

sem saber para onde ir, perdida e sem rumo.

Desmanchei tudo e voltei ao ponto de partida.

Pesquisei na internet e encontrei aqui um gráfico

mais fácil de ser seguido e com uma explicação

mais clara da receita. Aí então eu pude terminar

o meu xale tranquilamente. Fiz apenas quatro

repetições do motivo e usei um novelo e quase

a metade do outro.

Bom, só faltava blocar, mas como tive uma

experiência nada boa com meu último xale, deixei

de lado e fui tricotar outras coisas enquanto pensava

no assunto. Como não dava para ficar adiando por

muito tempo resolvi fazer pelo método tradicional:

lavei, tirei o excesso de umidade com uma toalha,

estiquei com alfinetes em cima da cama. Tudo bem,

mas percebi que iria demorar séculos para aquilo

secar então me veio a idéia do secador de cabelos.

Adiantei um pouco a secagem e deixei que o tempo

resolvesse o assunto. Ficou até à noite bem esticado,

mas como eu não sou de ferro e tenho que dormir

na minha cama, tive que tirar o xale de lá. E qual não

foi a minha decepção quando ele voltou à sua forma

original depois de todo o trabalhão que tive.

Resolvi dormir e deixar o assunto para o dia

seguinte. Acordei decidida a blocar o xale de

qualquer maneira, e lá fui eu novamente

pesquisar na internet alguma solução. Por

acaso passei no blog da Solange e comecei

a ler um post sobre seu xale do Projeto

Misterioso II, aí me veio uma luz, é claro vou

"matar o acrílico", nas palavras dela. Parece

uma atitude drástica, mas o incrível é que deu

certo! Simplesmente estiquei o xale com

alfinetes e passei o ferro quente, tomando o

cuidado de proteger a peça com um tecido

por cima. Muito simples e muito rápido, o

xale ficou com um caimento muito bom,

ficou molinho como um tecido. A textura

mudou completamente, como a Fênix que

renasceu das cinzas. E vocês não sabem como

é bom ficar admirando esse xale. Aliás, acho

que terei que tricotar um destes para a minha

irmã, então preciso voltar ao trabalho. Bye!

receita : Gail (Aka Nightsongs) by Mawelucky/Jane Araujo
site : www.ravelry.com

fio : Kalú - Pingouin

agulha : circular nº4,5 de 60cm